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Publicado na Quarta, 05 de outubro de 2016, 10h39
Aumento em preços pode não significar melhora no mercado imobiliário, diz pesquisador

SÃO PAULO – Setembro foi o mês com maior aumento no preço dos imóveis desde julho de 2015. De acordo com o Índice FipeZap, que acompanha o preço da venda de imóveis em 20 cidades brasileiras, o valor dos imóveis apresentou uma variação de 0,12% entre agosto e setembro deste ano, o maior aumento em 14 meses.

Segundo o relatório, apesar de oito das vinte cidades pesquisadas apresentarem um aumento dos preços superior à inflação esperada (IPCA/IBGE) para o período, de 0,24%, outras oito tiveram uma variação negativa no mês. Isso mostra que mesmo com a elevação dos preços na maioria das cidades pesquisadas, o aumento nominal do mês foi inferior ao aumento médio dos demais preços da economia.

O documento enfatiza que todas as cidades avaliadas pelo índice registraram variação inferior à inflação esperada nos últimos 12 meses, e cidades como Rio de Janeiro, Recife, Niterói, Distrito Federal e Goiânia apresentaram queda nominal. Além disso, tendo em vista que a inflação esperada para o período é de 8,79%, o preço médio anunciado do m2 apresentou queda real de -7,88%.

Em setembro, o valor médio do m2 anunciado para as 20 cidades foi de R$ 7.644. O Rio de Janeiro se manteve no topo da lista do m2 mais caro do país, alcançando R$ 10.232, enquanto a cidade de São Paulo ocupou a segunda posição, com R$ 8.612. Contagem e Goiânia, por sua vez, estão entre as cidades com o menor valor do m2, custando R$ 3.612 e R$ 4.133 respectivamente.

De acordo com Raone Costa, pesquisador responsável pelo levantamento, os resultados mostram que pela primeira vez a marca dos 0,1% foi ultrapassada, indicando setembro como o melhor período entre os últimos meses. Isso, porém, não serve como base para afirmar que será uma tendência: “Os dados podem significar que os preços vão cair menos, mas é muito cedo para falar que o mercado entrará em um ciclo de melhoras”, diz.

O pesquisador explica que o motivo de sobressalto se deve ao fato de que os últimos dados foram muito ruins e que somente agora houve uma melhora. Porém, afirma que ainda é difícil ter certeza de que esse será o ponto da virada.

Segundo ele, apesar de o período poder representar uma estabilidade mais benéfica, não há grandes novidades no mercado de trabalho, de crédito e nos preços de locação que contribuam para um salto do mercado imobiliário. “O preço dos imóveis pode aumentar, mas não quer dizer que vai subir acima da inflação”, frisa Costa.

Imóveis comerciais
(Shutterstock)