SÃO PAULO - Diversificação de carteira em diversos formatos de investimentos normalmente é o foco do investidor tradicional - e costuma ser o mais indicado por profissionais do mercado financeiro. Mas não existe fórmula mágica: cada caso é um caso, e, ao pesquisar e aplicar com cuidado, é possível descobrir a melhor receita para qualquer patrimônio.
O piloto de avião Sandro Mazarin, por exemplo, é investidor com altíssimo conhecimento no mercado de fundos imobiliários. Justamente por isso, é nestes veículos que investe todo o seu patrimônio - diversificando apenas dentro dos FIIs.
No programa Fundos Imobiliários desta sexta-feira (27), apresentado pelo professor do InfoMoney Educação Arthur Vieira de Moraes, Sandro explica sua opção pela padronização da carteira e conta sua história como investidor. O programa completo está disponível no player acima.
"Antigamente, eu aplicava muito em renda fixa: LCI, LCA, CDB. E aí eu percebi que eu precisava de mais aventura", disse, antes de admitir que, no fim, não optou pelo investimento que oferece mais aventura - mas sim por um que oferece alta dose de segurança. "Qualquer erro que você faça em fundos imobiliários, dificilmente você perde", comenta o investidor, lembrando que, na pior das hipóteses, os imóveis que compõem o fundo podem ser vendidos - e o resultado, distribuído.
Ele exalta também o fascínio da própria natureza do ativo. "A gente acaba passando por mentiroso, por falar 'tenho um pedaço desse imóvel", ri. "O mais interessante: todo investidor pode", elogia o investidor, que está neste mercado há 8 anos.
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Vale lembrar que investir apenas em fundos imobiliários não significa negligenciar a diversificação. Mazarin explica que estuda diversos fundos para entender a natureza dos ativos e, assim, investir em vários fundos com igual conhecimento e acompanhamento de cada um deles. Ele se deleita com a possibilidade de realmente compreender a administração dos fundos, diferentemente do que ocorre normalmente no mercado de ações. "A contabilidade deles não é uma contabilidade difícil de se compreender, diferentemente do mercado de ações. Então assim, não tem tanta mágica: ele é super simples e acessível para qualquer pessoa do mercado", comenta.
Reinvestimento e crises
O rendimento que Mazarin recebe via FIIs, costuma reinvestir novamente em FIIs. "Analisando e estudando outros mercados, não consigo ver uma outra aplicação financeira que possa bater o fundo imobiliário hoje", opina. "Ele paga muito bem e tem a segurança também: você tem um imóvel ali que na pior das hipóteses vai ser repartido [entre os cotistas]".
Arthur lembra que o investidor já passou por duas crises do mercado de FIIs. Na primeira delas, em 2012, ele diz que acabou comprando mais. "Nesse tipo de mercado você não pode ser afoito [e vender logo de cara na queda]. Tem que ter calma, estudar, ver se você não errou em uma diversificação".
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Mesmo tendo aproveitado a queda para comprar, o investidor admite que o maior erro que um investidor pode cometer é a impulsividade. "O pessoal fala 'vou encher o balde'. Hoje eu já não penso mais dessa forma: penso mais, entendo por que caiu. Até porque é um fundo de longo prazo, você tem que pensar lá na frente", analisa.
Estratégia e renda "garantida"
Com uma carteira bem diversificada, Sandro garante: o investidor que apostar em FIIs terá renda todos os meses - ainda que o valor seja levemente inconstante. "Você tem que traçar uma estratégia e seguir. Independentemente do que acontecer no mercado. Se você ficar mudando de estratégia toda hora, você vai parar em outro lugar", aconselha.