SÃO PAULO – A pesquisa Global Wealth Report, do Credit Suisse, referente a este ano, mostra que brasileiros vêm, lentamente, investindo cada vez mais em ativos financeiros e menos em imóveis.
Dado o histórico favoritismo do investidor nacionalmente por “cimento e tijolo”, onde entram os fundos imobiliários, ativos financeiros baseados em imóveis, nesta conta?
O programa Fundos Imobiliários da InfoMoneyTV desta sexta-feira (19) recebe Roni Mendes, autor do livro Fundos de Investimento Imobiliário – Aspectos gerais e princípios de análise.
Professor de química no ensino superior, Mendes é um exemplo de investidor que, embora não tenha graduação na área financeira, se especializou em um tipo de ativo que une a paixão do brasileiro a uma rentabilidade mais atraente. No Brasil, boa parte dos autores e estudiosos em fundos imobiliários não iniciaram as carreiras no mercado.
Quando o iniciante se dirige ao mercado de renda variável, muitas vezes ele chega em momento de euforia e acaba perdendo dinheiro. No caso de Mendes, a volatilidade pós-crise de 2008 fez com que seu patrimônio chegasse a derreter quase 60% - ainda que ele não tenha realizado prejuízo. Foi esse “susto” que o levou a buscar um pouco mais de conforto em um investimento mais seguro – caso dos FIIs.
Em conversa com o apresentador do programa e professor do InfoMoney Educação Arthur Vieira de Moraes, ele diz que os fundos de investimento imobiliário devem ser considerados a melhor opção para o investidor iniciante em renda variável justamente pela maior segurança com relação às ações.
No programa, o convidado fala sobre suas perspectivas para o mercado de fundos imobiliários nos próximos anos, considerando tendência para a Selic (diretamente relacionada com o mercado de FIIs); movimentação dos investidores e a própria evolução do mercado imobiliário em si.
Mendes, cuja obra inclui uma metodologia de compreensão dos preços de fundos, explica que seu método de análise de FIIs é replicado a seus alunos de ensino superior. “É uma missão para mim melhorar a educação financeira do país”, diz.
Próximos anos
Para os próximos anos, o especialista acredita em um crescimento considerável para o mercado de fundos imobiliários brasileiros, dada a ainda muito baixa participação de investidores nesta indústria. “Nosso mercado está engatinhando”, diz. “Precisamos de mais gestores, melhores, com fundos mais robustos, mais qualificados”, opina.
Ao mesmo tempo, ele avalia que o crescimento em participação cresceu em velocidade alta nos últimos anos. Isto pode significar que aqueles brasileiros deixando os imóveis e partindo para o mercado financeiro começam a observar estes ativos.
Ajudará nessa evolução uma resolução recente do CMN que proibiu a fundos de pensão o investimento direto em imóveis. Isso provavelmente fará com que essas entidades passem a observar os FIIs como uma alternativa para ter imóveis em seus ativos – movimento que ocorreu alguns anos atrás nos Estados Unidos e gerou evolução significativa nos REITs (nome dado aos FIIs no país).
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